A CONSTRUÇÃO DE BELO MONTE (o que é Belo Monte?), por muitos motivos, é o assunto abordado hoje! Uma grande
coincidência: um dia depois de pesquisar acerca da construção sou surpreendida
por uma manifestação indígena contra a construção das hidrelétricas em frente
ao Ministério que trabalho, desci e vi de perto a complexidade de assuntos que
envolve o projeto. Mais eletricidade x Conservação Ambiental. Entenda!
É evidente que a maior vantagem é a eletricidade que traz no “pacote” o aumento do PIB. Vamos ter no país a terceira maior hidrelétrica DO MUNDO e poderá fornecer energia para milhões de habitantes brasileiros!
O governo deixa claro que é essencial para
responder à demanda que cresce cada dia mais, ou então a única alternativa
seria construir as pequenas usinas térmicas, extremamente poluentes e caras, se
não quisermos ficar no escuro. Belo Monte não só trará mais energia como também
irá acelerar o crescimento econômico e, diferente do que alegam sobre a
locomoção da população ribeirinha para municípios próximos, melhorará a
qualidade de vida de Altamira, já que haverá novos investimentos acompanhados
de geração de empregos, mais infraestrutura e energia para a população rural. O
ministro de Minas e energia, Edson Lobão, diz que o projeto está ideal, depois
de quase 40 anos de estudo sobre os impactos e benefícios. E sobre os danos
ambientais, logicamente o mais questionado assunto, os que defendem a usina
alegam ser esse impacto muito pequeno diante da quantidade de energia e
crescimento obtido pelo país nos próximos anos, o desenvolvimento brasileiro
será enorme.
Primeiro de tudo: Como o IBAMA pôde aprovar uma atrocidade tão grande contra a fauna e a flora brasileira? Os ambientalistas afirmam que está muito longe de ser o tal projeto ideal, quando o que está em jogo é a enorme destruição socioambiental causada.
Não é apenas um desastre ambiental e sim socioambiental, já que afetam territórios culturais milenares dos povos que perdem junto com a terra suas referências, suas raízes e os meios de sobrevivência. Não houve a consulta adequada dos diretamente afetados, a obra foi imposta pelo governo – “precisamos de energia e ponto final”, existem grupos étnicos que vivem na bacia do rio que mal foram mencionados no parecer da FUNAI e algumas não foram sequer demarcadas. A quantidade de ecossistemas e todos os malefícios causados dariam pra escrever um livro, é realmente devastador e irreversível! Muito maior que qualquer vantagem energética e econômica. A hidrelétrica nem mesmo terá toda a sua potência utilizada, devido às alterações sazonais locais. A obra envolve interesses políticos e governamentais, entre os fatores envolvidos o que menos conta é o ambiental. A pressão é gigantesca em cima dos órgãos “facilitadores”. Em 13 de janeiro de 2011, o presidente do IBAMA, Abelardo Azevedo se demitiu, seu antecessor também renunciara pelo mesmo motivo: não aguentaram as pressões! As grandes empresas interessadas na construção são as mesmas que contribuíram para as campanhas do PT!
Minha opinião: