quinta-feira, 12 de setembro de 2013


 



MODELO INJUSTO DE “JUSTIÇAR” é o título de um texto que produzi em um pensamento pessimista talvez, mas com fundamentos na ótica dos meus dias e experiências. Fungindo do padrão proposto pelo blog: contra e a favor, mas com o viés político e de opinião!
 
 
Sujeito a uma grotesca simplificação, o meu comentário é baseado em dois textos que li. O primeiro deles é informativo e comenta o desvio de verba pública pela OSCIP IMDC, o Ministro do Trabalho e Emprego está envolvido juntamente com 11 Estados. Eita vergonha grande! Ficamos chocados com o valor de 400 milhões desviados nos últimos cinco anos, que bom que alguém denunciou, não? Mas quem foi a alma ética e moralista que fez tamanha benção?
É aí que entra o segundo título, “Fomos doutrinados para sermos cães de guarda da injustiça social”, blog do Sakamoto. Agora entro eu, me atrevo mais, altero o conteúdo das aspas: “Somos doutrinados para farejar as justiças sociais”. O autor do blog critica o auxílio popular nas injustiças cometidas diariamente, por exemplo, quando não queremos que o outro consiga algo porque não tivemos a mesma oportunidade. Tipicamente humano, convenhamos. O parente próximo disso é perceber que é assim que ocorrem também todas as “justiças”, por meio da denúncia de alguém que não teve os seus interesses afetados ou supridos. Quem denunciou a falcatrua dos 400 milhões? Com certeza alguém que não embolsou nada, e digo mais, alguém que foi prejudicado por isso. O cidadão mais bem intencionado se manifestará desde que seus objetivos não sejam comprometidos. Simples, a ética está diretamente voltada para os interesses individuais. Mantem-se assim o equilíbrio, existe um limite imposto pela fiscalização de cada um na sociedade, o primeiro vai até onde não prejudique o segundo. É exatamente assim que funciona o princípio de freios e contrapesos dos nossos três poderes. Um Poder fiscaliza o que é conveniente- se não me atrapalha, não te atrapalho- dever de casa muito difícil pra tantos interesses envolvidos, então alguém sempre acaba se machucando.
 Não é porque o poder legislativo é extremamente competente e a corrupção está sendo combatida, é porque ele precisa defender os interesses da composição, se é que você me entende! É nessa parte da história que os interesses da população e do governo coincidem: desmanchar mais uma fonte de desvio. As justiças do universo brasileiro são fiscalizadas por interesses não recíprocos, uma cadeia que mantém a “ordem”. O povo que tem medo do ladrão, que tem medo da polícia, que tem medo do político que tem medo do partido que por sua vez  tem medo da manchete. Seja qual for a hierarquia disso aí, é assim que mantemos a ordem e o progresso!